|   Por: Wellton Máximo    Sem a aprovação da reforma do Imposto de Renda (IR), que só deverá ser enviada ao Congresso após a votação do Orçamento de 2025, a tabela progressiva fica congelada neste ano.   Quem ganha mais de R$ 2.824, pouco menos de dois salários mínimos, pagará o tributo.    No fim de novembro, o governo tinha anunciado a intenção de elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil, na segunda fase da reforma tributária, que trata do IR.   Em troca, o governo pretendia introduzir uma alíquota em torno de 10% sobre os rendimentos mensais acima de R$ 50 mil, que compensaria o impacto fiscal do aumento do limite de isenção.    Originalmente anunciada para tramitar junto do pacote de corte de gastos aprovado no fim de dezembro, a proposta ficou para este ano.   Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inconsistências nos modelos estatísticos da Receita levaram o Fisco a rever os cálculos. Caso o Congresso aprove o Orçamento em fevereiro, a proposta pode ser enviada no mesmo mês ou no início de março.    Correspondente ao piso da tabela progressiva, a faixa de isenção foi elevada pela última vez em fevereiro de 2024, de R$ 2.640 para R$ 2.824.   As demais faixas de tributação permanecem sem mudanças desde 2015. O projeto de lei do Orçamento de 2025, enviado ao Congresso em agosto, não prevê mudanças na tabela do Imposto de Renda.    Oficialmente, o limite máximo da alíquota zero está fixado em R$ 2.259,20. No entanto, para garantir a isenção para quem recebe até R$ 2.824, equivalente a dois salários mínimos, haverá um desconto simplificado de R$ 564,80 da renda sobre a qual deveria incidir o imposto.  Esse desconto corresponde à diferença entre os dois valores: limite de isenção e dois salários mínimos.    A Receita Federal esclarece que esse desconto simplificado é opcional. Para quem tem direito a deduções maiores pela legislação atual, como dependentes, pensão alimentícia, gastos com educação e saúde, nada mudará.    Confira a tabela progressiva mensal do IRPF, já com o desconto aplicado ao salário       Base de Cálculo     |    Alíquota     |    Parcela a deduzir do IR     |       Até R$ 2.259,20     |    zero     |    zero     |       De R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65     |    7,5%     |    R$ 169,44     |       De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05     |    15%     |    R$ 381,44     |       De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68     |    22,5%     |    R$ 662,77     |       Acima de R$ 4.664,68     |    27,5%     |    R$ 896     |         Fonte: Agência Brasil - EBC |